Um rio nunca é o mesmo..


EU... caçador(a) de mim


O fator tempo muda de forma irreversível um objeto ou entidade...

e o que pensamos ser a mesma coisa, só porque tem o mesmo nome, na realidade é algo em fluxo contínuo de mudança.

Compartilho o meu olhar...o meu olhar mutante.

dezembro 24, 2008

PAI NOSSO MODERNO

Continuando o clima de Natal, segue uma versão maravilhosa de Frei Betto,escritor e assessor de movimentos sociais que tanto admiro!




" Pai-nosso que estais no céu, e sois nossa Mãe na Terra, amorosa orgia
trinitária, criador da aurora boreal e dos olhos enamorados que
enternecem o coração, Senhor avesso ao moralismo desvirtuado e guia da
trilha peregrina das formigas do meu jardim,

Santificado seja o vosso nome gravado nos girassóis de imensos olhos de
ouro, no enlaço do abraço e no sorriso cúmplice, nas partículas
elementares e na candura da avó ao servir sopa,Venha a nós o vosso
Reino para saciar-nos a fome de beleza e semear partilha onde há
acúmulo, alegria onde irrompeu a dor, gosto de festa onde campeia
desolação,

Seja feita a vossa vontade nas sendas desgovernadas de nossos passos,
nos rios profundos de nossas intuições, no vôo suave das garças e no
beijo voraz dos amantes, na respiração ofegante dos aflitos e na fúria
dos ventos subvertidos em furacões,

Assim na Terra como no céu, e também no âmago da matéria escura e na
garganta abissal dos buracos negros, no grito inaudível da mulher
aguilhoada e no próximo encarado como dessemelhante, nos arsenais da
hipocrisia e nos cárceres que congelam vidas.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje, e também o vinho inebriante da
mística alucinada, a coragem de dizer não ao próprio ego e o domínio
vagabundo do tempo, o cuidado dos deserdados e o destemor dos profetas,

Perdoai as nossas ofensas e dívidas, a altivez da razão e a acidez da
língua, a cobiça desmesurada e a máscara a encobrir-nos a identidade, a
indiferença ofensiva e a reverencial bajulação, a cegueira perante o
horizonte despido de futuro e a inércia que nos impede fazê-lo melhor,

Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e aos nossos
devedores, aos que nos esgarçam o orgulho e imprimem inveja em nossa
tristeza de não possuir o bem alheio, e a quem, alheio à nossa suposta
importância, fecha-se à inconveniente intromissão,

E não nos deixeis cair em tentação frente ao porte suntuoso dos tigres
de nossas cavernas interiores, às serpentes atentas às nossas
indecisões, aos abutres predadores da ética,

Mas livrai-nos do mal, do desalento, da desesperança, do ego inflado e
da vanglória insensata, da dessolidariedade e da flacidez do caráter,
da noite desenluada de sonhos e da obesidade de convicções inconsúteis,

Amemos."

dezembro 16, 2008

Misterioso Cartão de Natal

Leonardo Boff
Teólogo

O Natal é a festa das crianças e da divina Criança que se esconde dentro de cada adulto. É altamente inspiradora a crença de que Deus se acercou dos seres humanos na forma de uma criança. Assim ninguém pode alegar que Ele é apenas um mistério insondável, fascinante por um lado e aterrador por outro. Não. Ele se aproximou de nós na fragilidade de um recém-nascido que choraminga de frio e que busca, faminto, o seio materno. Precisamos respeitar e amar esta forma como Deus quis entrar no nosso mundo. Pelos fundos, numa gruta de animais, numa noite escura e cheia de neve “porque não havia lugar para ele nas pousadinhas de Belém”.

Mais consoladora é ainda a ideia de que seremos julgados por uma criança e não por um juiz severo e esquadrinhador. Criança quer brincar. Ela se enturma imediatamente com todas as outras, pobres, ricas, japonesas, negras e loiras. É a inocência originária que ainda não conheceu as malícias da vida adulta.

A divina Criança nos introduzirá na dança celeste e no festim que a família divina do Pai, do Filho e do Espírito Santo prepara para todos os seus filhos e as suas filhas, não excluidos aqueles que, um dia, foram desgarrados.

Estava refletindo sobre esta realidade benaventurada quando um um anjo, daqueles que cantaram aos pastores nos campos de Belém, se aproximou espiritualmente e me entregou um cartãozinho de Natal. De quem seria? Comecei a ler. Nele se dizia:

“Queridos irmãozinhos e irmãzinhas:

Se vocês ao olharem o presépio e ao verem lá o Menino Jesus no meio de Maria e de José e junto do boi e do jumento, se se encherem de fé de que Deus se fez criança, como qualquer um de vocês;

Se vocês conseguirem ver nos outros meninos e meninas a presença inefável do Menino Jesus que uma vez nascido em Belém, nunca nos deixou sozinhos neste mundo;

Se vocês forem capazes de fazer renascer a criança escondida nos seus pais, nos seus tios e tias e nas outras pessoas que vocês conhecem para que surja nelas o amor, a ternura, o cuidado com todo mundo, também com a natureza;

Se vocês, ao olharem para o presépio, descobrirem Jesus pobremente vestido, quase nuzinho e lembrarem de tantas crianças igualmente mal vestidas e se sofrerem no fundo do coração por esta situação e se puderem dividir o que vocês têm de sobra e desejarem já agora mudar este estado de coisas;

Se vocês ao verem a vaquinha, o burrinho, as ovelhas, os cabritos, os cães, os camelos e o elefante no presépio e pensarem que o universo inteiro é também iluminado pela divina Criança e que todos eles fazem parte da grande Casa de Deus;

Se vocês olharem para o alto e virem a estrela com sua cauda luminosa e recordarem que sempre há uma estrela como a de Belém sobre vocês, acompanho-os, iluminando-os, mostrando-lhes os melhores caminhos;

Se vocês se lembrarem que os reis magos, vindos de terras distantes, eram, na verdade, sábios e que ainda hoje representam os cientistas e os mestres que conseguem ver nesta Criança o sentido secreto da vida e do universo;

Se vocês pensaram que esse Menino é simultaneamente homem e Deus e por ser homem é seu irmão e por ser Deus existe uma porção Deus em vocês e por causa disso, se encherem de alegria e de legítimo orgulho;

Se pensarem tudo isso então fiquem sabendo que eu estou nascendo de novo e renovando o Natal entre vocês.

Estarei sempre perto, caminhando com vocês, chorando com vocês e brincando com vocês até aquele dia em que chegaremos todos, humanidade e universo, na Casa de Deus que é Pai e Mãe de infinita bondade, para morarmos sempre juntos e sermos eternamente felizes”.

Belém, 25 de dezembro do ano 1.

Assinado: Menino Jesus


dezembro 13, 2008

Quem não for consumista que atire a primeira pedra!


Clique aqui para saber mais sobre o consumismo.
Este link dá uma boa explicação.


ainda falando da crise...



Encontrei essa frase sobre ela.
Afinal humor cabe em qualquer assunto!

"Devido à quebra de bancos, queda nas bolsas, cortes no orçamento, crise nos combustíveis e pelo racionamento mundial de energia, informamos que a famosa luz no fim do túnel será desligada."