Um rio nunca é o mesmo..


EU... caçador(a) de mim


O fator tempo muda de forma irreversível um objeto ou entidade...

e o que pensamos ser a mesma coisa, só porque tem o mesmo nome, na realidade é algo em fluxo contínuo de mudança.

Compartilho o meu olhar...o meu olhar mutante.

março 30, 2008

E pra não dizer que não falei de flores



Usei essa charge (aliás, ótima!) para ilustrar um pouco, um dos vários problemas, no caso, da superlotação das salas de aula, vivido por nós, educadores brasileiros.

Agora, leiam o texto de Celso Antunes (professor e psicopedagogo).

Como educadora, acredito, luto, e anseio por uma escola assim...



"Imagine que você acaba de se mudar para uma cidade do interior, não importa de qual Estado brasileiro. Dessa cidade você nada sabe, desconhece seus atrativos, sua potencialidade. Terá tempo de sobra para descobri-los. Sua preocupação maior, pelo menos neste primeiro momento, é procurar uma escola para sua filha de 4 anos. Quer para ela uma boa escola e tem certeza de que vai descobri-la. Não importa se é pública ou particular, se está encostada à sua casa ou se fica longe dela. O que você quer é uma escola realmente excelente, com professores animados e uma meta de ensino e construção da pessoa transformada em paixão.

Logo a primeira escola que descobre a encanta. Conversando com seus professores, aprende que sua filha não será alfabetizada por este ou por aquele método, dominado de forma insegura por este ou por aquele professor, mas que a alfabetização se desenvolverá, respeitando a fase pré-silábica que sua filha superou, para a silábica que começa a descobrir. Aprende que esse profundo respeito pelo desenvolvimento da criança estrutura as bases racionais de sua descoberta pelo mundo das palavras, que os professores estudam e praticam com paixão (1).

Encanta-se e quer saber mais, muito mais, sobre essa escola. Descobre, assim, que trabalha conteúdos, mas o faz sem perversas obsessões. Sente que para os professores que tem à sua frente, mais vale um espírito bem formado que uma cabeça cheia (2). Descobre que esses professores, comprometidos com a atualidade, jamais irão olhar para sua filha acreditando que um dia sua educação se completará. Crentes de que a verdadeira aprendizagem é permanente (3), estimularão suas caminhadas pelo mundo do saber, respeitando os estágios de sua mente e de suas inteligências e tendo para cada um deles uma estratégia de fascínio, um desafio de encantamento (4).

Entrando em salas de aula, vendo professores e alunos em ação, estudando juntos e juntos construindo seus projetos interdisciplinares (5), descobre que naquela pequena escola
toda criança é sempre o agente essencial de seu crescer e seus saberes de vida e do mundo, do corpo e das emoções são as âncoras significativas às quais os novos aprenderes são praticados (6). Descobre que nesse ambiente de ternura e paixão, jamais sua filha, sua amada Cristina, será avaliada senão por seus próprios passos e progressos, que a comparam apenas com ela mesma, e pelos caminhos por onde andou (7).

Percebe que existe unidade nos objetivos dos mestres de ajudar sua filha a decodificar seus saberes, expressando-os por inúmeras linguagens, no usufruto pleno e infinito de todas as suas inteligências (8). Sabe que nessa escola, sua garota, junto com as lições de vida, descobrirá o querer, aprenderá o sentir, construirá maneiras diferentes de pensar e, dessa forma, agirá e procederá com alegria e coerência, paixão e entusiasmo, abnegação e consciência (9).

Sai radiante da escola que descobriu. Perceberá que ela abre suas portas com carinho e ternura para as crianças mais bem-dotadas, sem se fechar jamais para aquelas que trazem deficiências de aprendizagens, emoções "amarradas". Para estas existe a incondicional aceitação de que, com crença e conhecimento, método e obstinação, sempre será possível tornar alguém melhor (10). É, afinal, uma escola que, porque ensina, reflete; porque reflete, politiza e, porque politiza, insere a pessoa no mundo e em suas circunstâncias, não apenas para que nele viva, mas sobretudo para que o construa e transforme (11).

Seu entusiasmo pela descoberta é tão grande, sua alegria por encontrar a escola certa tão radiante que, eufórica, sai sem nem mesmo perguntar pelo nome dos professores. Não importa. Voltará outro dia e perguntará. Saberá que seus nomes são Emília e Miguel, Jan e João, Davi e Paulo.

Se, por curiosidade, buscar nesses quase anônimos personagens as raízes de quem assim tão admiravelmente construiu a arquitetura desse pensar, talvez com surpresa perceberá (1) Emília Ferreiro; (2) Michel de Montaigne; (3) Jan Comenius; (4) Jean Piaget; (5) John Dewey; (6) David Ausubel; (7) Lev Vigotsky; (8) Howard Gardner; (9) Jean-Jacques Rousseau; (10) Feurstein e (11) Paulo Freire".
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março 23, 2008

Feliz Páscoa!!



A palavra "páscoa" vem do hebreu "pessah" e significa "passagem", "mudança", refere-se ao êxodo (saída) do Egipto de Moisés. (Nesta estação do ano, os antigos povos pagãos europeus homenageavam a Deusa Ostera, ou Esther (em inglês, Easter quer dizer Páscoa, e em alemão é Oster).

Ostera era a Deusa da Primavera, que segurava um ovo na mão. A deusa e o ovo eram símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Perséfone. Na mitologia romana, era Ceres.

Os antigos povos comemoravam a chegada da Primavera decorando ovos. Mas o costume de decorá-los para dar de presente na Páscoa surgiu na Inglaterra, no século X.

O rei Eduardo I tinha o hábito de banhar ovos em ouro e oferecê-los aos seus amigos e aliados.

Acreditava-se que receber ovos pintados trazia boa sorte, fertilidade, amor e fortuna. A oferta de ovos manteve-se até hoje e de várias formas.



Para os amantes da ARTE é um costume muito antigo colocar ovos pintados no altar pessoal. Eles simbolizam a fecundidade e a renovação. Os ovos podem ser pintados crus e depois enterrados, ou cozidos e comidos enquanto mentalizam os desejos. Os ovos devem ser decorados com símbolos mágicos, ou de acordo com a criatividade. Os pedidos devem ser voltados à fertilidade e abundância em todas as áreas.



A Páscoa cristã
Para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário recordar que muitas celebrações antigas foram integradas nos acontecimentos relacionados com Cristo.

A festa da Páscoa refere-se à última ceia de Jesus com os Apóstolos, a sua prisão, julgamento e condenação à morte, seguida da sua crucifixão e ressurreição (Jesus voltou a viver e subiu ao céu).

A celebração começa no Domingo de Ramos (quando Jesus entra em Jerusalém e é aclamado com ramos de palmeira) e acaba no Domingo de Páscoa (com a Ressurreição de Cristo): é a chamada Semana Santa. A data da Páscoa foi fixada pela Igreja no ano 325, de modo a "cair" no domingo mais próximo da primeira Lua Cheia do mês lunar que começa com o equinócio da Primavera.



A Páscoa judaica
Em hebraico, existe a "Pessah", a chamada "Páscoa Judaica", que começou a celebrar-se há cerca de 3 mil anos, quando os hebreus iniciaram o "êxodo" (a viagem de libertação do seu povo, pela mão de Moisés, depois de serem escravos do Egipto durante 400 anos).

Comemoravam assim a passagem da escravidão para a libertação.

A comemoração inclui (entre outras coisas) uma refeição, onde se come o Cordeiro Pascal, pão sem fermento (o "matzá"), ervas amargas e muito vinho.

março 21, 2008

A crise do Filho do Homem



Leonardo Boff
Teólogo

A interpretação teológica da morte de Jesus na cruz, como sacrifício por nossos pecados, fêz-nos esquecer com demasiada pressa os reais motivos históricos que o levaram ao tribunal religioso e político e por fim ao assassinato na cruz. Cristo não foi simplesmente a doce e mansa figura de Nazaré. Foi alguém que usou pala­vras duras, não fugiu a polêmicas e para salvaguardar a sacralidade do templo, usou também da violência física. O contexto de sua vida, como as pesquisas recentes mostraram, é comum a dos camponeses e artesãos mediterrâneos que viviam uma resistência radical mas não violenta contra o desenvolvimento urbano de Herodes Antipas e o comercialismo rural de Roma, imposto na Baixa Galiléia –terra de Jesus - que empobrecia toda a população. Pregou uma mensagem que constituíu uma crise radical para a situação política e religiosa da época. Anunciou o Reino de Deus em oposição do reino de César e em vez da lei, o amor.

Reino de Deus apresenta duas dimensões, uma política e outra religiosa. A política, se opunha ao Reino de César em Roma que se entendia filho de Deus, Deus e Deus de Deus, os mesmos títulos que os cristãos mais tarde irão atribuir a Jesus. Tal atribuição a Jesus, era intolerável para um judeu piedoso e um crime de lesa-majestade para um romano. A outra versão, a religiosa, se chamava apocalíptica que significava: face às perversidades do mundo, esperava-se a intervenção iminente de Deus e a inauguração de um Reino de justiça e de paz. Jesus se filia a esta corrente. Apenas com a diferença: o Reino é um processo que apenas começou e vai se realizando à medida em que as pessoas mudam mentes e corações. Só no termo da história ocorrerá a grande virada com um novo céu e uma nova Terra. Essa eutopia (realidade boa), não a Igreja, é o projeto fundamental de Jesus. Ele se entende como aquele que em nome de Deus vai acelerar semelhante processo. Essa concepção de Reino colocou em crise os vários atores sociais, os publicanos e saduceus, aliados dos romanos, a classe sacerdotal, os guerrilheiros zelotas e principalmente os fariseus. Estes são os opositores principais do Filho do Homem, pois ao invés do amor pregavam a rigidez da lei, no lugar de um Deus bom, “Paizinho”(Abba), um Juiz severo. Para Jesus Deus, é um Pai com características de mãe misericordiosa.

Jesus faz desta compreensão o centro de sua mensagem. Entende todo poder como mero serviço. Rejeita as hierarquias porque todos somos irmãos e irmãs, sem mestres e pais.

A crise que suscitou, levou à decretação de sua morte na cruz. Jesus entrou numa aguda crise pessoal, chamada pelos estudiosos de “crise da Galiléia”. Sente-se abandonado pelos seguidores, vislumbra no horizonte a morte violenta, como a dos profetas. A tentação do monte Getsêmani representa um paro­xismo:”Pai afasta de mim este cálice”. Mas também o propósito de tudo suportar e de levar seu compromisso até o fim. Na cruz grita quase desesperado:”Meu Deus, por que me abandonaste”? Mesmo assim continua chamando-o de “Meu Deus”. A Epístola aos Hebreus testemunha: “entre clamores e lágrimas suplicou Àquele que o podia salvar da morte”. Versões críticas antigas dizem “e não foi atendido…apesar de ser Filho de Deus teve que aprender a obedecer por meio dos sofrimentos”(5,7-8).

Sua última palavra foi “Pai em tuas mãos entrego o meu espírito“, expressão suprema de uma confiança ilimitada. De fato, ele é apresentado como o protótipo do homem que suportou até o fim o fracasso do projeto de vida, crendo num sentido radical mesmo dentro do absurdo existencial. A ressurreição mostrou o acerto de tal atitude. Foi a base para proclamá-lo mais tarde como Filho de Deus e Deus encarnado.

março 13, 2008

Um Meio ou uma Desculpa


(Roberto Shinyashiki)

Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar
feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes.
Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus
filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo
para ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo.
Se quiser um casamento gratificante, terá que investir tempo, energia
e sentimentos nesse objetivo.
O sucesso é construído à noite!
Durante o dia você faz o que todos fazem.
Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser
especial.
Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados.
Não se compare à maioria, pois, infelizmente ela não é modelo de
sucesso.
Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário
em que os outros estão tomando chope com batatas fritas.
Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão.
Terá de trabalhar enquanto os outros tomam sol à beira da piscina.
A realização de um sonho depende de dedicação, há muita gente que
espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão, e
a ilusão não tira ninguém de onde está, em verdade a ilusão é
combustível dos perdedores pois...

Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO.
Quem não quer fazer nada, encontra uma DESCULPA.