Um rio nunca é o mesmo..


EU... caçador(a) de mim


O fator tempo muda de forma irreversível um objeto ou entidade...

e o que pensamos ser a mesma coisa, só porque tem o mesmo nome, na realidade é algo em fluxo contínuo de mudança.

Compartilho o meu olhar...o meu olhar mutante.

janeiro 30, 2008

ENQUANTO ISSO...NO PAÍS DO CARNAVAL...


CARNAVAL/1950- TARSILA DO AMARAL


A feira dos mortais e dos imortais
Leonardo Boff


Com freqüência comparece nas colunas sociais dos periódicos a feira das vaidades. Há disputa para entrar no cercadinho onde estão as celebridades, geralmente, modelos da moda ou artistas conhecidos. Travam-se verdadeiras batalhas para conquistar um lugar na primeira fila e ganhar visibilidade. Na época do carnaval, então, isso chega ao seu paroxismo. Nos palácios de governo, os políticos se acotovelam para estar fisicamente mais perto do chefe. As fotos nas colunas sociais mostram pessoas glamourosas, aparentemente felizes, comendo, bebendo e festejando.

Mas basta vasculhar outras páginas do mesmo jornal para se ver o outro lado da realidade: violência generalizada, enfrentamento entre policiais e gangues da droga, assaltos, assassinatos, escândalos politicos que nunca páram, crescente favelização das cidades e, por fim, as ameaças de devastação que pesam sobre o inteiro Planeta. Como combinar esses dois cenários?

Espontaneamente me vêm à mente o relato do dilúvio. Indiferentes à maldade que grassava no mundo, as pessoas, dizem os textos, “comiam e bebiam, sem se dar conta de nada, até que veio o dilúvio que arrebatou a todos”.

Não precisamos do dilúvio. Baste-nos a certeza de que todos, também os glamourosos, são mortais. Com o tempo, a beleza se esfuma, os achaques aparecem, o envelhecimento é irrefreável e por fim todos morrem. Carregamos apenas o bem que tivermos feitos e nada do glamour e da fama. É a condição humana que importa nunca esquecer para não parecermos frívolos ou ridículos.

Outra cena. Em função do trabalho de assessoria a grupos populares, encontro outra paisagem social: pessoas das periferias, habitantes de comunidades carentes que chamam de “favelas”, grande parte trabalhadora e honesta, enfrentando, dia a dia, a dura luta pela sobrevivência. Os rostos vincados, as mãos calosas, o olhar determinado mostram os sinais da luta renhida pela vida. Os glamourosos os vêem com certo desdém, com receio, no máximo, com pena. Mal lembram que são seus semelhantes e imortais.

Olhando-os atentamente, me vem à mente uma cena do Apocalipse. Um dos anciãos pergunta: “Estes, milhares, quem são e de onde vieram? E o Senhor respondeu: estes são os que vêm da grande tribulação…O Cordeiro os apascentará e guiará às fontes de água viva e Deus lhes enxugará toda lágrima dos olhos”. Estes, da grande tribulação, mesmo sendo mortais, os vejo em sua dimensão de imortais. Pois, em cada pessoa, mas particularmente nestes, Deus está nascendo dentro deles, fazendo-os seus filhos e filhas e urdindo-lhes um destino de imortalidade.

Se os olhássemos nesta ótica, outra seria a nossa atitude. Daríamos uma pequena chance à verdade de triunfar sobre os preconceitos. Descobriríamos que somos todos imortais, também os mortais glamourosos, pois assim fomos feitos e este é o desígnio do Criador. Jesus não quis outra coisa senão que nos tratássemos como irmãos e irmãs e que revelássemos uns aos outros a Deus como Pai e Mãe.

Cada manhã ao levantarmos, temos que decidir: queremos nos comportar como mortais ou imortais? Viver da aparência enganadora ou da realidade pura e simples?

Quão monótona e semelhante é a vida das celebridades mortais! Quão diversificada e épica é a vida dos simples imortais!

janeiro 29, 2008

Não Consigo

Já consegui enterrar muitos "não consigo" ao longo da vida, mas estou fazendo uma lista de alguns remanescentes que , com certeza serão enterrados o mais breve possível!!!

E você já enterrou os seus????????????





Esta história foi contada por Chick Moorman, e aconteceu numa escola primária do estado de Michigan, Estados Unidos.

Ele era supervisor e incentivador dos treinamentos que ali eram realizados, e um dia viveu uma experiência muito instrutiva, conforme ele mesmo narrou...

"Tomei um lugar vazio no fundo da sala e fiquei assistindo.
Todos os alunos estavam trabalhando numa tarefa, preenchendo uma folha de caderno com idéias e pensamentos. Uma aluna de dez anos, mais próxima de mim, estava enchendo a folha de "não consigos".

"Não consigo chutar a bola de futebol além da segunda base."
"Não consigo fazer divisões longas com mais de três números." "Não consigo fazer com que a Debbie goste de mim."

Caminhei pela sala e notei que todos estavam escrevendo o que não conseguiam fazer.

"Não consigo fazer dez flexões." "Não consigo comer um biscoito só..."

A esta altura, a atividade despertara minha curiosidade, e decidi verificar com a professora o que estava acontecendo, e percebi que ela também estava ocupada escrevendo uma lista de "não consigos".

Frustrado em meus esforços em determinar porque os alunos estavam trabalhando com negativas, em vez de escrever frases positivas, voltei para o meu lugar e continuei minhas observações.

Os estudantes escreveram por mais dez minutos.

A maioria encheu sua página.

Alguns começaram outra.

Depois de algum tempo os alunos foram instruídos a dobrar as folhas ao meio e colocá-las numa caixa de sapatos, vazia, que estava sobre a mesa da professora.

Quando todos os alunos haviam colocado as folhas na caixa, Donna, a professora, acrescentou as suas, tampou a caixa, colocou-a embaixo do braço e saiu pela porta do corredor.

Os alunos a seguiram.

E eu segui os alunos.

Logo à frente, a professora entrou na sala do zelador e saiu com uma pá.

Depois seguiu para o pátio da escola, conduzindo os alunos até o canto mais distante do playground.

Ali começaram a cavar.

Iam enterrar seus "não consigo"!

Quando a escavação terminou, a caixa de "não consigos" foi depositada no fundo e rapidamente coberta com terra.

Trinta e uma crianças de dez e onze anos permaneceram de pé, em torno da sepultura recém cavada.

Donna, então, proferiu louvores.

"Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar a memória do "não consigo".
Enquanto esteve conosco aqui na Terra, ele tocou as vidas de todos nós, de alguns mais do que de outros.
Seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública - escolas, prefeituras, assembléias legislativas e até mesmo na Casa Branca.
Providenciamos um local para o seu descanso final e uma lápide que contém seu epitáfio.
Ele vive na memória de seus irmãos e irmãs "eu consigo", "eu vou"' e "eu vou imediatamente".
Que "não consigo" possa descansar em paz e que todos os presentes possam retomar suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém."

Ao escutar as orações entendi que aqueles alunos jamais esqueceriam a lição.

A atividade era simbólica: uma metáfora da vida.

O "não consigo" estava enterrado para sempre.

Logo após, a sábia professora encaminhou os alunos de volta à classe e promoveu uma festa.

Como parte da celebração, Donna recortou uma grande lápide de papelão e escreveu as palavras "não consigo" no topo, "descanse em paz" no centro, e a data embaixo.

A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Donna durante o resto do ano.

Nas raras ocasiões em que um aluno se esquecia e dizia "não consigo", Donna simplesmente apontava o cartaz "descanse em paz".

O aluno, então, se lembrava que "não consigo" estava morto e reformulava a frase.

Eu não era aluno de Donna.

Ela era minha aluna.

Ainda assim, naquele dia aprendi uma lição duradoura com ela.

Agora, anos depois, sempre que ouço a frase "não consigo", vejo imagens daquele funeral da quarta série.

Como os alunos, eu também me lembro de que "não consigo" está morto."
Autor Desconhecido

o assunto continua....

Recebi esta mensagem da amiga Odete (obrigada querida!!!) representante do "Instituto Vivendo Valores"(para visitá-lo clique no título).
Ela ajuda a dar continuidade ao assunto, no que se refere ao exemplo que devemos dar às pessoas que convivem conosco, principalmente com relação às crianças que convivem diretamente na sala de aula, uma vez que somos um dos primeiros modelos a serem copiados por elas.

* "Vivendo Valores" foi um dos cursos de formação na escola em 2007. Ele atendia ao tema do projeto "Resolução de Conflitos de forma positiva com as crianças" e foi ministrado pela Odete. Curso que, por sinal, nos deu a possibilidade de refletir amplamente e profundamente sobre nós e sobre nossos papéis perante os diferentes grupos sociais em que fazemos parte, principalmente o da escola.Onde pudemos vivenciar muitos valores e sentimentos nos fazendo crescer enquanto pessoas e enquanto profissionais, ajudando-nos a trabalhar também a questão da violência com as crianças.


janeiro 26, 2008

30 de Janeiro - DIA DA NÃO-VIOLÊNCIA

Esta semana fui ao enterro de um parente querido de uma amiga...vitimado pela violência tão frequente em nossos dias.Nem é preciso dizer o quanto todos os envolvidos estão sofrendo com tal perda repentina.

E ironia ou não do destino, recebo este texto abaixo, via mail, justamente agora em que estou revoltada com o acontecimento, questionando, refletindo meus valores, meus sentimentos frente a fatos como este.

A vida de líderes como este nos inspira, nos impulsiona para o bem,para a solidariedade, para a paz, mas como nos manter com os sentimentos nobres diante da violência???? Como perdoar acontecimentos tão brutais, ainda mais quando ele é sentido na própria pele?

Como educadora, como mãe, e como cidadã, sei do meu papel perante os que convivem comigo para construir e vivenciar uma cultura de paz, uma cultura de não violência.

Trabalhamos o ano passado, em nossa escola, num projeto , as questões éticas que permeam a boa convivência, que permitem a resolução de conflitos sem o uso da violência, para que, não só as crianças, mas também nós os adultos, pudéssemos construir novos valores, sentimentos e atitudes.
A necessidade do projeto surgiu porque sentimos que algo deveria ser feito, não adianta ficar cobrando deste ou daquele, ficar no blá blá blá. Fala-se muito, e ação que é bom, nada!
Então, a escola como formadora de cidadãos tem esse poder e dever.
É uma sementinha que plantada deve ser regada constantemente, não só com palavras, mas com atitudes vividas também pela equipe escolar. Afinal, as crianças aprenderão pelos nossos atos e não pelas nossas palavras.


Mas, torno a perguntar...

COMO NOS MANTER ÍNTEGROS DIANTE DA VIOLÊNCIA ???

Bom, lendo um pouco da biografia de Gandhi, e tomando sua vida como exemplo podemos

após a poeira baixar, após a revolta se acalmar...

podemos nos inspirar nele e seguir nossa vida de maneira mais pacífica.







Dia da não-violência lembra a morte de Ghandi


O pacifista indiano Mohandas Gandhi, dito o Mahatma

O dia 30 de Janeiro foi proclamado pela ONU como o dia da não-violência em homenagem a Mohandas K. Gandhi cujo assassinato ocorreu nessa data, em1948. Trata-se de uma iniciativa voltada à educação para a paz, a solidariedade e o respeito pelos direitos humanos.

Gandhi, também chamado Mahatma (que significa "grande alma", "alma iluminada"), nasceu na Índia, em 1869. É considerado um dos principais expoentes do pacifismo e da luta pelo respeito e realização dos direitos humanos e da justiça.

Após estudar direito na Inglaterra, foi trabalhar na África do Sul como advogado. Lá começaram as suas primeiras ações de protesto não-violento contra o racismo, baseadas na resistência pacífica e na não cooperação com as autoridades.

Ao fim de anos de luta, e depois de ter conseguido algumas melhorias para a comunidade indiana na África do Sul, decidiu voltar ao seu país de origem - a Índia - e lutar pela sua independência. O país era uma colônia do Império Britânico. Graças a seus esforços, a Índia conquistou a independência em 1947.

Os procedimentos e as formas de luta que Ghandi propôs e utilizou eram:


Manifestações pacíficas: diálogos, testemunhos, petições, marchas, jejuns, greves de fome, orações e cooperação com os mais oprimidos.


Não-cooperação, por meio de boicote sistemático dos produtos ingleses e da recusa a colaborar com um regime ou com um sistema considerado injusto.


Desobediência civil, por meio da violação intencional, organizada, sistemática de leis consideradas injustas.

Gandhi teve grande influência entre as comunidades religiosas hindus e muçulmanas da Índia. No entanto, a tensão entre os dois grupos era enorme e resultou no surgimento do Paquistão, país de maioria muçulmana. Foi por tentar unificar hindus e muçulmanos que Gandhi acabou assassinado por um hinduísta radical.

Apesar de ter sido indicado cinco vezes entre 1937 e 1948, o pacifista que enfrentou o poder da Inglaterra nunca recebeu o prêmio Nobel da Paz. Décadas depois, no entanto, o erro foi reconhecido pelo comitê organizador do prêmio.

Além disso, quando o Dalai Lama (Tenzin Gyatso) recebeu o Nobel em 1989, o presidente do comitê disse que o prêmio era "em parte um tributo à memória de Mahatma Gandhi".

ovnis em Riolândia/SP ?


"Um fato curioso foi registrado em um canavial em Riolândia, região de Votuporanga. Em área próxima ao rio Grande a cana foi amassada e formou um desenho estranho na plantação. A imagem no canavial é inusitada. Em meio aos nove hectares da plantação, um círculo foi desenhado com a cana que ficou achatada no solo, em uma área de cerca de sessenta metros de diâmetro. Nenhum pé foi arrancado, e ao redor todos continuam firmes, sem pender. Para o ufólogo Jorge Neri, os sinais mostram que algo muito estranho aconteceu no local".

Clique no título para assistir ao vídeo da TV TEM, afiliada local da Globo. O Diário de Votuporanga dá mais detalhes, com a nada sutilmente intitulada nota "Eles estão entre nós".

E entre tais detalhes, descobrimos que a única testemunha de que a cana amassada teria algo a ver com OVNIs é o proprietário da pousada próxima do canavial, Maurício Pereira da Silva, que em outro momento também é citado comentando como "agora, aqui parece ponto turístico, todo mundo quer ver o local onde o óvni pousou". Uma olhada no vídeo acima também sugere como o "círculo" parece quase completamente disforme, e desemboca em uma trilha.

Como se não fosse o bastante, há pouco mais de duas semanas, a quem não se lembra o filme "Sinais" foi exibido pela Globo, provocando certa comoção — medida por um súbito aumento nas buscas por informações sobre círculos nas plantações ou o suposto ET de Passo Fundo.

Ufólogos anunciam que pretendem investigar o caso a fundo, mas já declararam ter certeza de que é algo extraterrestre. Seria o proprietário da pousada o nosso Mel Gibson? Por via das dúvidas, recomendamos que tenha vários copos d'água em casa, e que os turistas só visitem o local se tiverem asma.

janeiro 17, 2008

EDUCAÇÃO - Mãe das Batalhas

Se ganharmos todas as batalhas, menos a da educação, perderemos a guerra. Se tivermos os melhores fundamentos macroeconômicos, mas os jovens não entenderem o que lêem, não haverá futuro. A educação é a mãe de todas as lutas. Uma economia em recessão pode se recuperar mais adiante, pelo próprio movimento dos ciclos; perder os cérebros de uma geração inteira é fatal.

Está difícil escrever hoje. Há dias assim: piores, dolorosos. O Senado se abastarda nos conchavos, as prisões oferecem ao país cenas medievais, a violência colhe suas vítimas indefesas nas ruas; por insensatez e descuido destruímos a Amazônia. Tudo aflige. Mesmo assim, é possível achar que isso é conjuntural. Sonhar que um dia colheremos senadores que nos orgulhem, construiremos prisões onde criminosos paguem sua dívida com a sociedade de forma civilizada, que a indignação seja tamanha que nunca mais uma menina seja trancada numa cela com homens. Mas como se proteger do pessimismo diante do teste internacional Pisa? Isso derrota.

Perdemos para o Chile e para o México. Perdemos para quase todos, em quase tudo. Retrocedemos na mais fundamental das habilidades: a leitura. Há 500 anos, o sistema educacional se estruturou em torno do livro, mas o Brasil, no começo do século XXI, não consegue capturar os estudantes para o prazer da leitura. Prazer que meus pais e professores me ensinaram na infância e ao qual tributo cada um dos meus êxitos. Quem não lê não pensa bem. Quem não é ensinado a pensar jamais vai realizar seu potencial. Seguirá apequenado, subutilizado, subdesenvolvido. Um país de apequenados jamais será grande.

Quando alguns alunos falham, a culpa pode ser dos alunos; quando tantos falham, foi a escola que fracassou. Há tantos motivos para a nossa tragédia educacional que é difícil saber por onde começar.

O Brasil gasta mais por aluno no ensino superior que inúmeros países do mundo. O governo Lula aumentos de 70% para 75% a fatia do bolo federal da educação que vai para as universidades, quando a nossa tragédia começa no fundamental. Alguns professores gastam mais tempo se mobilizando por melhores salários e reivindicações da categoria que na dedicação aos alunos. Os livros didáticos forma contaminados por ideologia de terceira categoria. Mestres se aposentam cedo demais, e o Brasil perde a maturidade de suas vocações, o auge do seu conhecimento. Muitas famílias não se envolvem com a educação dos seus filhos, achando que isso é obrigação das escolas. A classe média paga colégio particular, debita uma parte do gasto no Imposto de Renda, não cobra qualidade da escola que paga, depois põe os filhos num bom cursinho para não gastar com a universidade. Os muito ricos escapam da tragédia coletiva alienando os filhos em escolas estrangeiras. Governos acham, como o atual, que
devem mudar as políticas anteriores apenas por idiossincrasias político-partidárias. Empresas pensam que, se forem exigentes nos seus processos de seleção, serão competitivas, mas começam a descobrir que não têm onde fazer sua seleção. A incapacidade administrativa paralisa bons projetos, como o da informatização das escolas, cujo financiamento foi esterilizado no Fust. Ministros pedem mais dinheiro sem oferecer em troca qualquer melhoria de gestão. Alunos passam de ano sem ter aprendido, só porque reprovar não é politicamente correto. Imposto para qualificar o trabalhador financia sindicato de empresário. Fundo de Amparo ao Trabalhador financia empresas. Nosso único acerto nas últimas décadas foi universalizar o ensino, ainda que tarde.

A tragédia da educação pode ser vista pela economia. Na era do conhecimento, a mais importante habilidade a desenvolver é a capacidade de pensar, o que só se consegue com educação de qualidade. Na era da globalização, as empresas tendem a espalhar pelos países etapas do seu processo produtivo, escolhendo cada local pela vantagem competitiva. Um país sem cérebros treinados ficará com o que há de mais tosco, com as etapas de menor valor agregado e salário. Os países competem por localização de investimento e mercados. Um país com uma mão-de-obra sem qualificação inevitavelmente perderá a competição.

Mas o mais relevante não é a economia. Um ser humano não é apenas a sua força de trabalho. A educação não é só o treinamento de trabalhadores, por mais importante que isso seja. A educação é a única forma permanente de redução das desigualdades. O trabalhador que está hoje em alguma fazenda sendo escravizado ou submetido a trabalho degradante foi aprisionado na cadeia do analfabetismo. O ribeirinho que está com uma arma na cabeça na Amazônia, tendo que abandonar sua terra para que o grileiro ocupe tudo para desmatar, não sabe nem ler o documento que lhe apresentam para assinar. É a ignorância que desampara.

A educação é, sobretudo, a forma de realização plena das tantas e tão versáteis capacidades humanas. Mais que treinar o trabalhador, forma o cidadão, amplia horizontes, alimenta ambições. Por isso é a mãe de todas as batalhas. Nós a estamos perdendo no momento mais decisivo da construção do país, quando a maioria da população é jovem. Temos em idade escolar (no ensino fundamental e médio) 37 milhões de brasileiros. E eles estão em perigo.


Artigo de Míriam Leitão no Jornal O Globo de 6 de dezembro de 2007.

A REVOLUÇÃO SILENCIOSA: COMO VIVER SEM FAZER COMPRAS


...................................................




Fonte:http://diacrianos.blogspot.com/

Os nossos hábitos de fazer compras de forma desmedida ameaçam seriamente o planeta. Todavia está em curso uma revolução silenciosa protagonizada por aqueles que, em vez de comprarem, preferem reciclar e partilhar. Aqueles que se empenham em viver sem o deus Dinheiro.
Trata-se provavelmente da mais recente revolução pacífica, aquela que está em curso em diversos países. Na verdade, mais do que discursos e teorias sobre as mudanças sociais, importa revolucionar atitudes e comportamentos e, com efeito, se o consumismo se traduz numa atitude que se funda num modelo económico ambientalmente insustentável, então comprar menos ou, pura e simplesmente, não comprar, são estratégias adequadas, mais directas e imediatas, para que as coisas mudem.
Foi com esta ideia que um grupo de residentes da baía da São Francisco ( na Califórnia) decidiu unir esforços, depois de um animado debate interno nos finais de 2005, e tomaram a firme resolução entre si de nada comprarem ao longo do ano seguinte ( 2006). Viveriam de forma simples, ajustando entre si as necessidades, efectuando trocas e intercâmbio de bens e serviços, e recorrendo em última instância, sempre que necessário, ao mercado de segunda mão para adquirir bens que não poderiam dispensar. O grupo era formado por professores, engenheiros, estudantes e alguns profissionais, e em breve, ganhou renome mundial graças à Internet, sob o nome de The Compact. A experiência constituiu um êxito, pelo que decidiram repetir a sua experiência de abstinência consumista no ano de 2007.
Actualmente contam com um blogue muito visitado e o seu newsgroup na Yahoo já tem 3.000 inscritos que trocam ideias e experiências como viver sem dinheiro e sem ir às compras.
A ideia do grupo The Compact já vêm do ideário histórico da contracultura e de alguns movimentos alternativos que despontaram nas últimas décadas nos países capitalistas desenvolvidos, mas a novidade está no facto de ter envolvidos pessoas que até ali estavam bem integradas, social e profissionalmente, nos seus meios sociais. Note-se que os aderentes à experiência do grupo The Compact tinham previamente estabelecido um limite temporal para a sua experiência, a partir do qual cada elementos era livre de regressar aos seus anteriores hábitos consumistas.
Como Alimentar Crianças Difíceis

Alexandre Pimentel


- Mamãe, eu não quero salada...
- Mamãe, eu não gosto deste suco...

Ouvir frases desse tipo é muito comum em casas onde existem crianças. Você que é pai ou mãe deve ficar atento pois o q ue está em jogo é justamente a saúde de seus baixinhos.

O pensador indiano Jidu Krishnamurti (que considero o Paulo Freire oriental, guardadas as proporções) dizia que aqueles que nos dominam o fazem através da educação e da alimentação. Realmente isso procede na medida em que a televisão dita hábitos e costumes normalmente apoiados pela escola. Ao vislumbramos as cantinas e merendas oferecidas pela rede pública de ensino, fica difícil acreditar que aquilo seja alimento para educandos. Cria-se, então, o dilema “nutrição e educação” onde a comida dificulta o aprendizado e o aprendizado induz a hábitos artificiais.

Apoiado pela escola e pela mídia, seu filho acaba “decidindo” os próprios hábitos alimentares cuja origem é uma indústria altamente especializada na criação de dependência. Através de realçadores de sabor, conhecidos principalmente como glutamato monossódico, as fábricas manipulam as papilas linguais das crianças que passam a gostar somente de produtos que contenham essa química.

Para dar boa textura e crocância em vários salgadinhos, nugets e outros biocídicos industriais, a gordura vegetal hidrogenada é o grande segredo. Esta gordura, também chamada “trans” é utilizada ostensivamente pela indústria embora algumas empresas espertas já utilizem sua ausência como estratégia de marketing nas embalagens. Sorvetes e margarinas são os produtos alimentícios que mais contém essa gordura do mal.

Fora gordura trans e glutamato monossódico, temos uma impressionante coletânea de substâncias nocivas contidas nos produtos industriais. São corantes, conservantes, acidulantes, antiumectantes, espessantes e outros terrores que diariamente assolam a ecologia do corpo e conduzem pessoas à degeneração da própria espécie.

Toda a vez que você chega em casa trazendo uma balinha verde, um biscoitinho azul, um chiclete rosa ou uma garrafinha com líquido esquisito, você está prejudicando seus filhos.

Ainda defendo a possibilidade de darmos eventualmente aos homens e mulheres do futuro, doces de boa procedência feitos com açúcar mascavo: pé-de-moleque, paçoca, cocada etc. Gosto muito de fazer essas receitas em casa!

No capítulo “nutrição e educação” de meu livro, aprofundo a reflexão quanto à merenda escolar e hábitos familiares.

O mais importante é que seu armário e sua geladeira não sejam hologramas do supermercado, ou seja, reduza significativamente a quantidade de industrializados e passe a consumir em feiras livres orgânicas onde estará beneficiando diretamente aqueles que produzem.

Pesquise os alimentos saudáveis que seu filho mais gosta e estimule esse consumo. Por exemplo, se ele se dá bem com cenoura, faça suflê de cenoura, patê de cenoura para passar no pão etc.

Outra dica importante é o mascaramento de receitas. Digamos que seu filho deteste brócolis. Você poderá, por exemplo, passar o brócoli no liquidificador e aplicá-lo ao final do cozimento de um feijão ou em uma massa de pão. O feijão e o pão, aliás, são ótimos porque neles podemos esconder tudo que desejamos que nossos filhos consumam, sem que eles percebam. Com o tempo eles acabam gostando dos alimentos escondidos sem saber porquê.

Dessa forma faço meus filhos comerem: folhas de chuchu, mandioca (em pó) abóbora, brócolis, couve-flor, azedinha, vinagreira e melancia, sementes diversas como de jaca, linhaça e abóbora, farelos de arroz, trigo e aveia, germe de trigo e muitos outros.

Apesar de estranhos à cultura vigente, esses alimentos são economicamente mais viáveis, ecologicamente apropriados e nutricionalmente corretos. Tanto que há décadas constituem a composição da multimistura, consagrada no Brasil e no mundo.

Acredito que o material de construção corporal do cidadão do futuro,p ara que seja pleno e feliz, tanto intelectual, quanto emocional e espiritualmente, passe pouco pelo processo industrial e muito pela proposta natural. O homem do século XXI não pode ser fisicamente construído de margarina, cereais desnaturados, leite estranho à espécie, açúcar semelhante à cocaína e restos mortais de animais.

O upgrade planetário rumo a uma sociedade humanitária deve passar pelo entendimento de que ecologia e meio ambiente não são só coisas fora de nós, mas o conjunto de nossos hábitos, inclusive no campo do pensamento. Além da boa dieta, o novo cidadão deve priorizar a vida religiosa, entendendo, aqui, “religião” no amplo sentido desta expressão como a “religião cósmica” proposta por Albert Einstein.
FELICIDADE REALISTA

( Martha Medeiros )
A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote
louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo,
usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o
suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

http://www.releituras.com/mamedeiros_menu.asp
Feng shui da empresa - Franco Guizetti


Conheça os 15 mandamentos da empresa energizada

Empresa de sucesso é empresa sadia e positiva, que pensa grande e planeja seu futuro a cada momento. Essa empresa com certeza é bem energizada, além de ser muito equilibrada em todos os sentidos.

Se existir alguma cartilha de sucesso para empresas, ela deve se assemelhar a lista apresentada abaixo. Confira os mandamentos de boas energias:

1- Não reclame e nem faça fofocas: isto resulta em energia negativa;
2- Não pense negativo: isto bloqueia as boas energias;
3- Evite serpentes dentro das empresas: mantenha distância dos invejosos;
4- Resolva todos os problemas, crise e conflitos imediatamente: nada de deixar para depois;
5- Respeite o próximo: seja cliente, sócio, parceiro, funcionário ou fornecedor. Assim terá cumplicidade e fidelidade;
6- Atenda a todos com alegria e educação;
7- Seja honesto: cumpra sua palavra e contratos;
8- Faça propaganda: isso é essencial para divulgar seu trablalho;
9- Mantenha a empresa arrumada, organizada e limpa;
10- Não acumule bagunças e entulhos no ambiente;
11- Mantenha o ambiente bem iluminado: dessa forma evitará depressão;
12- Não desanime nunca: enfrente todos os problemas;
13- Tenha pensamentos prospero: assim atrairá oportunidades e bons negócios;
14- Agradeça sempre: pela empresa que tem, pelos negócios, pelas pessoas, etc;
15- Evite e elimine más energias: aplicando Feng Shui, Radiestesia, etc.
Um Ethos para Salvar a Terra

Leonardo Boff/Teólogo

Entre os muitos ensaios sobre ética mundial, ressalta por sua abrangência, alcance e beleza aquele proposto pela Carta da Terra. Esta representa a cristalização bem sucedida da nova consciência ecológica e planetária, fundadora de um novo paradigma civilizatório.
A Carta da Terra, cujo surgimento e significado relataremos logo a seguir, parte de uma visão ética integradora e holística. Considera as interdependências entre pobreza, degradação ambiental, injustiça social, conflitos étnicos, paz, democracia, ética e crise espiritual. Ela representa um grito de urgência face as ameaças que pesam sobre a biosfera e o projeto planetário humano e também um libelo em favor da esperança e de um futuro comum da Terra e da Humanidade.

Seus formuladores dizem-no claramente: “A Carta da Terra está concebida como uma declaração de princípios éticos fundamentais e como um roteiro prático de significado duradouro, amplamente compartido por todos os povos. De forma similar à Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, a Carta da Terra será utilizada como um código universal de conduta para guiar os povos e as nações na direção de um futuro sustentável”(La Carta de la Tierra. Valores y principios para un futuro sostenible, Secretaria Internacional del Proyecto Carta de la Tierra, San José, Costa Rica 1999, 12).

a) O processo de elaboração da Carta da Terra

O texto da Carta da Terra madurou durante muitos anos a partir de uma ampla discussão a nivel mundial.

Um nicho de pensamento se encontra no seio da ONU. Criada em l945, se propunha como tarefa fundamental a segurança mundial sustentada por três pólos principais: os direitos humanos, a paz e o desenvolvimento sócio-econômico. Não se fazia ainda nenhuma menção à questão ecológica. Esta irrompeu estrepitosamente em l972 com o Clube de Roma, o primeiro grande balanço sobre a situação da Terra, que denunciava a forma destrutiva dos meios de produção e propunha como terapia limites ao crescimento. Nesse mesmo ano a ONU organizou o primeiro grande encontro mundial sobre o meio-ambiente em Estocolmo na Suécia. Ai surgiu a consciência de que o meio-ambiente deve constituir a preocupação central da humanidade e o contexto concreto de todos os problemas. Inarredavelmente o futuro da Terra e da humanidade depende das condições ambientais e ecológicas propícias à vida. Impõe-se desenvolver valores e propor princípios que garantam um equilíbrio ecológico, capaz de manter e fazer desenvolver a vida.

Em 1982, na sequência desta preocupação ecológica, se publicou a Carta Mundial para a Natureza. Em 1987 a Comissão Mundial para o Meio-Ambiente e o Desenvolvimento (Comissão Brundtland) propunha o motto que continua fazendo fortuna até os dias de hoje, o “desenvolvimento sustentável”. Sugeria, outrossim, uma Carta da Terra que regulasse as relações entre esses dois campos, o meio-ambiente e o desenvolvimento.

Em 1992 por ocasião da Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro, foi proposta uma Carta da Terra que havia sido discutida em nivel mundial por organizações não governamentais, por grupos comprometidos e científicos bem como por governos naconais. Ela deveria funcionar como o cimento ético a conferir coerência e unidade a todos os projetos dessa importante reunião. Mas não houve consenso entre os governos seja porque o próprio texto não estava suficientemente maduro, seja porque faltava o suficiente estado de consciência por parte dos participantes da Cúpula da Terra que permitisse acolher uma Carta da Terra. Em seu lugar adotou-se a Declaração do Rio sobre Meio-Ambiente e Desenvolvimento. Tal rejeição provocou grande frustração nos meios mais conscientes e comprometidos com o futuro ecológico da Terra e da Humanidade.

Surgiu, então, o segundo e decisivo nicho de pensamento e criação: duas organizações internacionais não governamentais, a saber, a Cruz Verde Internacional e o Conselho da Terra, com o apoio do governo holandês. Estas duas entidades assumiram o desafio de buscar formas para se chegar a uma Carta da Terra.

Em 1995 copatrocinaram um encontro em Haia na Holanda onde 60 representantes das mais diversas áreas junto com outros interessados criaram a Comissão da Carta da Terra com o propósito de organizar uma consulta mundial durante dois anos ao fim dos quais dever-se-ia chegar a um esboço de Carta da Terra.

Ao mesmo tempo, foram recopilados os princípios e os intrumentos existentes de direito internacional, identificáveis na vasta documentação oficial sobre questões ecológicas. O resultado foi a confecção de um informe com o título “Princípios de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentado: Resumo e Reconhecimento” .

Em 1997 criou-se a Comissão da Carta da Terra composta por 23 personalidades mundiais, oriundas de todos os continentes para acompanhar o processo de consulta e redigir um primeiro esboço do doumento sob a coordenação de Maurice Strong (do Canadá e coordenador geral da Cúpula da Terra, Rio-92) e Mikhail Gorbachev (da Rússia, presidente da Cruz Verde Internacional) .

Em março de 1997 durante o Forum Rio+5, a Comissão apresentou um primeiro esboço da Carta da Terra. Os anos de 1998 e 1999 foram de ampla discussão em todos os continentes e em todos os níveis (desde escolas primárias, comunidades de base até centros de pesquisa e ministérios de educação) sobre a Carta da Terra. Cerca de 46 países e mais de cem mil pessoas foram envolvidas.

Muitos projetos de Carta da Terra foram propostos. Até que em abril de 1999 sob a orientação de Steven Rockfeller, budista e professor de filosofia da religião e de ética, escreveu-se um segundo esboço de Carta da Terra, reunindo as principais ressonâncias e convergênciais mundiais. De 12-14 de março de 2000 na UNESCO em Paris se incorporaram as últimas contribuições e se ratificou a Carta da Terra.

A partir de agora temos a ver com um texto oficial, aberto a discussões e a novas incorporações até que seja proposto ao endosso da ONU, após ampla discussão. Aprovou-se uma campanha mundial de apoio à Carta da Terra com o propósito de conquistar mais e mais pessoas, instituições e governos à essa nova visão ética e ecológica, capaz de fundar um princípio civilizatório benfazejo para o futuro da Terra e da humanidade. Depois de apresentada e discutida pela Assembléia da ONU – esse é o propósito - terá o mesmo valor que a Carta dos Direitos Humanos, inicialmente, com lei branda, depois como lei de referência mundial, em nome da qual os violadores da dignidade da Terra poderão ser levados à barra dos tribunais.

b) Princípios e valores éticos da Carta da Terra

O mérito principal da Carta é colocar como eixo articulador a categoria da inter-retro- relação de tudo com tudo. Isso lhe permite sustentar o destino comum da Terra e da humanidade e reafirmar a convicção de que formamos uma grande comunidade terrenal e cósmica. As perspectivas desenvolvidas pelas ciências da Terra, pela nova cosmologia, pela física quântica, pela biologia contemporânea e os pontos mais seguros do paradigma holístico da ecologia subjazem ao texto da Carta.

Ela se divide em quatro partes, um preâmbulo, princípios fundamentals, princípios de apoio e uma conclusão.

O Preâmbulo afirma enfaticamente que a Terra está viva e com a humanidade forma parte de um vasto universo em evolução. Nessa afirmação cuidadosamente formulada, ressoa não só a teoria da Gaia proposta por James Lovelock e outros, mas também a crença ancestral dos povos segundo a qual a Terra é a Grande Mãe, geradora de toda a vida. Hoje esse super-organismo vivo está ameaçado em seu equilíbrio dinâmico devido às formas exploradoras e predatórios do modo de produção dos bens, modo esse mundialmente integrado.

Face a esta situação global, temos o dever sagrado de assegurar a vitalidade, a diversidade, a integridade e a beleza de nossa Casa Comum. Para isso precisamos de refazer uma nova aliança com a Terra e refundar um novo pacto social de responsabilidade entre todos os humanos, radicado numa dimensão espiritual de reverência face ao mistério da existência, de gratidão pelo presente da vida, e de humildade diante do lugar que o ser humano ocupa no conjunto dos seres.

Melhor do que resumir os conteúdos éticos, faríamos bem transcrever os 16 princípios fundantes do novo ethos mundial:

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA

- Respeitar a Terra e a vida com toda sua diversidade;
-Cuidar da comunidade de vida com compreensão, compaixão e amor;
-Construir sociedades democráticas, justas, sustentáveis, participatórias e pacíficas;
-Assegurar a riqueza e a beleza da Terra para as gerações presentes e futuras.

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

-Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida;
-Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e diante dos limites de nosso conhecimento, impõe-se o caminho da prudência;
-Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário;
-Aprofundar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e uma ampla aplicação do conhecimento adquirido.

III.JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

-Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social, econômico e ambiental;
-Garantir que as atividades econômicas e instituições em todos os níveis promovam o desenvolvimeto humano de forma eqüitativa e sustentável;
-Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, ao cuidado da saúde e às oportunidades econômicas;
- Apoiar, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, dando especial atenção aos povos indígenas e minorias.

IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ

-Reforçar as instituições democráticas em todos os niveis e garantir-lhes transparência e credibilidade no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e no acesso à justiça;
-Integrar na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável;
-Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração;
-Promover uma cultura de tolerância, não-violência e de paz.

A Carta expressa, como efeito final, a confiança na capacidade regenerativa da Terra e na responsabilidade compartida dos seres humanos de aprenderem a amar e a cuidar do Lar comum. Só assim garantiremos um futuro comum e alcançaremos a paz tão ansiada, entendida como “a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maor da qual somos parte”. Concluindo podemos dizer: tudo o que precisamos para o atual estado da Terra, encontramos nesta proposta de ética mundial, seguramente a mais articulada, universal e elegante que se produziu até agora. Se esta Carta da Terra for universalmente assumida mudará o estado de consciência da humanidade. A Terra ganhará, finalmente, centralidade junto com todos os filhos e filhas da Terra que se responsabilizam pelo futuro comum.

Nela não haverá mais lugar para o empobrecido, o excluido e o agressor da própria Grande Mãe. Mais e mais os seres humanos se entenderão como a própria Terra que em seu lento e progressivo evoluir alcançou o estágio do sentimento, do pensamento, do amor, do cuidado, da compaixão e da veneração.

c)Três pontos relevantes na Carta da Terra

A Carta da Terra contém uma riqueza de conteúdo inestimável, cobrindo, praticamente, todas as áreas de interesse para uma vida harmônica na nave-espacial Terra. Três pontos, entretanto, cabe ressaltar.

O primeiro dele, é a aura benfazeja que cerca todo o documento. Há a consciência da gravidade do estado da Terra e da Humanidade. Mas nem por isso prevalece o abatimento e a resignação. Antes, há lugar para a esperança, há confiança na responsabilidade humana e há a certeza de um novo concerto sinergético e amoroso entre Terra e Humanidade. Deixa-se para trás a visão meramente positivista e mecanicista da natureza. Em seu lugar entra a concepção contemporânea que resgata a perspectiva ancestral que capta o caráter de mistério do universo e da vida. Os valores da solidariedade, da inclusão e da reverência pervadem todo o texto.

O segundo ponto é a superação do conceito fechado de desenvolvimento sustentável. Esta categoria é oficial em todos os documentos internacionais. Foi a fórmula pela qual o sistema mundial imperante conseguiu incorporar as exigências do discurso ecológico. Mas ele é profundamente contraditório em seus próprios termos. Pois, o termo desenvolvimento vem do campo da economia; não de qualquer economia, mas do tipo imperante, que visa a acumulação de bens e serviços de forma crescente e linear mesmo à custa de iniquidade social e depredaçã ecológica. Esse modelo é gerador de desigualdades e desiquilíbrios, inegáveis em todos os campos onde ele é dominante.

A sustentabilidade provém do campo da ecologia e da biologia. Ela afirma a inclusão de todos no processo de inter-retro- relação que caracteriza todos os seres em ecosistemas. A sustentabilidade afirma o equilíbrio dinâmico que permite todos participarem e se verem incluidos no processo global.

Entendidos assim os termos, vê-se que a expressão “desenvolvimento sustentável” se torna, na prática, inesequível. Os termos se contrapõem e não revelam uma forma nova e alternativa de relação entre produção de bens necessários à vida e à comodidade humana e natureza com seus recursos limitados.

A Carta da Terra em suas redações iniciais havia incorporado o termo “desenvolvimento sustentável” como eixo estruturador da Carta da Terra. Graças às acaloradas e minuciosas discussões internas, superou-se esta terminologia. Manteve-se a categoria sustentabilidade, como fundamental para o sistema-vida e o sistema-Terra. Mais que buscar um desenvolvimento sustentável, importa construir uma vida sustentável, uma sociedade sustentável e uma Terra sustentável. Garantida essa sustentabilidade básica, pode-se falar com propriedade de desenvolvimento sustentável. É dentro desta compreensão que na Carta da Terra se usa, às vezes, o termo, mas libertado de sua compreensão oficial.

O terceiro ponto reside na ética do cuidado. Já em 1991 a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) publicaram conjuntamente um dos textos mais articulados e práticos que levava como título programático “Cuidando do Planeta Terra. Uma estratégia para o Futuro da Vida (Caring for the Earth. A Strategy for Sustainable Living)”. O cuidado era a categoria que unia todas as práticas de preservação, regeneração e trato para com a natureza. O cuidado era apresentando como o valor principal de uma ética ecológico-social- espiritual.

Com isso se resgatava o cuidado em seu sentido antropológico e ético como uma relação amorosa para com a realidade, para além dos interesses de uso. O cuidado está ligado aos processos da vida, seja em sua manutenção e reprodução, seja em sua construção social. Pelo cuidado o ser humano pessoal e coletivo supera as desconfianças, os medos e estabelece os fundamentos para uma paz duradoura.

Estas visões perpassam o texto da Carta da Terra e fazem dela uma das expressões éticas e espirituais mais acabadas dos últmos tempos.

Belamente conclui a Carta: “Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, por um compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, pela rápida luta pela justiça e pela paz, e pela alegre celebração da vida”.
A BARBIE


(de Rubem Alves, em Teologia do Cotidiano)

Fiquei comovido quando li que foram encontradas bonecas em túmulos de
crianças no Egito, na Grécia e em Roma. Pude imaginar o que os pais deveriam
estar sentindo ao colocar aquele brinquedo junto ao corpo da filha morta.
Eles o faziam para que ela não partisse sozinha, para que ela não tivesse
medo...
De fato, uma criança abraçada a uma boneca é uma criança sem medo, uma
criança feliz. Os meninos, proibidos de ter bonecas, se abraçam aos seus
ursinhos de pelúcia. E nós, adultos, proibidos de ter bonecas e de ter
ursinhos de pelúcia, nos abraçamos ao travesseiro... Os objetos são
diferentes, mas o seu sentido é o mesmo: o desejo de aconchego e de ternura.

Por isso eu acho que o senhor e a senhora fizeram muito bem ao dar uma
boneca de presente para a sua filhinha.
Com uma exceção, é claro: se a boneca não foi a Barbie. Porque a Barbie não
é uma boneca. Falta a ela o poder que têm as outras bonecas, bebezinhos, de
afugentar o medo e provocar sentimento maternais de ternura. Não posso
imaginar uma menina dormindo abraçada à sua Barbie. Nenhum pai colocaria a
Barbie no túmulo da filha morta.

A Barbie não é boneca. É uma bruxa.

Posso bem imaginar o espanto nos seus olhos. Eu imagino também os seus
pensamentos: O Rubem perdeu o juízo. A Barbie é unta boneca de plástico, não
mexe, não pensa, não fala. E agora ele diz que ela é uma bruxa...
Que as bonecas, ao contrário das aparências, têm uma vida própria, eu
aprendi no 2° ano primário. Minha professora me deu um livro sobre bonecas e
bonecos: enquanto a gente estava acordado, elas ficavam deitadinhas,
olhinhos fechados, fingindo que dormiam. Mas bastava que os vivos dormissem
para que elas acordassem e se pusessem a falar coisas.

As bonecas foram os primeiros brinquedos inventados pelos homens.
E foram também os primeiros instrumentos de magia negra. Um alfinete,
aplicado no lugar certo de uma boneca – assim afirmam os entendidos – tem o
poder de matar a pessoa que se parece com ela.

Pois eu digo que a Barbie é uma bruxa. Bruxa enfeitiça. Enfeitiçada, a
pessoa deixa de ter pensamentos próprios. Só pensa o que a bruxa manda. A
pessoa enfeitiçada fica possuída pelos pensamentos da feiticeira e só pensa
e faz aquilo que ela manda.
Se falo é porque vi, com esses olhos que a terra há de comer. Basta que as
crianças comecem a brincar com a Barbie, para que fiquem diferentes. O pai
manda, a mãe manda, a criança faz birra e não obedece. Não é assim com a
Barbie. Basta que a Barbie mande para que elas obedeçam.
De novo você vai me contestar, dizendo que a Barbie não fala e não tem
vontade. Por isso não pode nem dar ordens e nem ser obedecida.
Errado. O fantástico é que ela, sem falar e sem ter vontade, tenha mais
poder sobre a alma da criança que os pais. Quem me revelou isso foi o
futurólogo Alvin Toffler, no seu livro O Choque do Futuro, que li em 1971. O
capítulo “A Sociedade do Joga-Fora” começa com a Barbie. Nascida em 1959, em
1970 mais de 12 milhões já tinham sido vendidas. Um negócio da China. E por
quê? Porque a Barbie, diferente das bonecas antigas, bebês que se contentam
com uma chupeta e um chocalho, tem uma voracidade insaciável. A Barbie é uma
boneca que nunca está contente: ela sempre pede mais. E essa é a grande
lição que ela ensina às crianças: Compra, por favor!

Para se comprar há as roupas da Barbie, a banheira da Barbie, o secador de
cabelo, o jogo de beleza, o guarda-roupa, a cama, a cozinha, o jogo de sala
de estar, o carro, o jipe, a piscina, o chalé de praia, o cavalo e os
maridos, que podem ser escolhidos e alternados entre o loiro e o moreno etc.
etc. A Barbie está sempre incompleta. Portanto, com ela vem sempre uma
pitada de infelicidade. Aliás, essa é a regra fundamental da sociedade
consumiste: é preciso que as pessoas se sintam infelizes com o que têm, para
que trabalhem e comprem o que não têm. A Barbie tem esse poder: quem a tem
está sempre infeliz porque há sempre algo que não se tem, ainda. E os
engenheiros da inveja, a serviço das fábricas, se encarregam de estar sempre
produzindo esse novo objeto que ainda não foi comprado. Mas é inútil
comprar. Porque logo um outro será produzido. É a cenoura na frente do
burro... Ela nunca será comida.

Quem dá uma Barbie para uma criança põe a criança numa arapuca sem saída.
Porque, ao ter uma Barbie, ela ingressa no Clube das Meninas que têm Barbie.
E as conversas, nesse clube, são assim: Eu tenho o chalé de praia da Barbie.
Você não tem. Ao que a outra retruca: – Não tenho o chalé, mas tenho o
marido loiro da Barbie, que você não tem.

Essa é a primeira lição que a inofensiva boneca de plástico ensina. Ensina a
horrível fala do eu tenho, você não tens. A maldição das comparações. A
maldição da inveja. Você deve conhecer alguns adultos que fazem esse jogo.
Haverá coisa mais chata, mais burra, mais mesquinha? Ao dar uma Barbie de
presente é preciso que você saiba que a menina inevitavelmente aprenderá
essa fala.
Isso feito, uma segunda fala entra inevitavelmente em cena, impulsionada
pelas ilusões da inveja. A menininha pensa: Estou infeliz porque não tenho.
Se eu tiver, serei feliz. O jeito de se ter é comprar.
– Papai...
– Que é, minha filha?
– Compra o chalé de praia da Barbie? Eu quero tanto...

Filha na arapuca. Pai na arapuca.
Mas há uma saída. E, para ela, procuro sócios. Vamos começar a produzir o
próximo e definitivo complemento para a bruxa de plástico: urnas funerárias
para a Barbie. Por vezes o feitiço só se quebra com o assassinato da
feiticeira – por bonitinha que ela seja...
Aforismos(Leonardo Boff)


Não parece descabido, no começo do ano, oferecer alguns aforismos, fruto de
reflexão e da sabedoria cotidiana presente no ambiente cultural. Elencaremos
uns quantos, compreensíveis em si mesmos.
Mais importante que saber é nunca perder a capacidade de aprender.
Se tudo no universo está em gênese, então o paraiso ansiado não está no
começo mas no fim.
Somos inteiros mas não prontos. Começamos a nascer e vamos nascendo
lentamente até acabar de nascer. É quando então morremos.
Só pode morrer o que é. O possível que ainda não é, permanece para se
realizar no além da morte.
Não vivemos para morrer. Morremos para ressuscitar.
Se você se sente gente comum, console-se. Deus deve ter amado muito a gente
comum para criar um número tão grande, entre eles, eu e você.
Não vá por caminhos já andados Caso contrário nunca deixará marcas suas no
chão.
Se quiser ir longe, vá devagar. Nunca pare nem ande para trás.
Agradeça a Deus por ter tropeçado. Assim evitou uma queda.
Onde não há nenhum medo, não haverá também nenhuma coragem, necessária para
viver.
Se quiser esquecer as muitas pedras que impedem o seu caminho, pense nos
fundamentos da casa que pode construir com elas.
Na luta entre a pedra e a gota, ganhará sempre a gota não por sua força mas
por sua persistência.
Se mantiver firme a perspectiva do fim, não haverá obstáculo que lhe seja
insuperável.
O novo somente surge à condição de que algo tenha sido deixado para trás.
Para quem busca, haverá sempre uma Estrela como a de Belém para iluminar o
seu caminho.
Um navio está seguro no porto, mas não é para isso que foi construido.
De uma única vela podem se acender milhares de outras sem que sua luz
diminua.
Se quiser subir uma longa escada não olhe para ela, apenas para cada degrau.
Para aqueles que querem cantar, haverá sempre uma melodia à disposição no
ar.
Só entenderá bem o outro quem se colocar no lugar dele.
Até o relógio parado, duas vezes ao dia está certo.
Seja como a cigarra que para se renovar tem que perder toda sua aparência
exterior.
Só se alegrarão com o nascer do sol aqueles que souberam esperar dentro da
noite escura
Ninguém entrará no céu se primeiro não começou a construi-lo aqui na terra.
Todo menino quer ser homem. Todo homem quer ser rei. Todo rei quer ser Deus.
Só Deus quis ser menino
Porque os cristãos anunciaram um Deus sem o mundo, surgiu em consequência um
mundo sem Deus.
Humano assim como Jesus, só Deus mesmo.
No começo de tudo não está a solidão do Uno mas a comunhão dos Três: da
Origem sem origem, da suprema Palavra e da sagrada União de tudo com tudo.
Eles estão tão entrelaçados que se uni-ficam, quer dizer, ficam Um.
Princípio-Terra (Leonardo Boff)


Nunca se falou tanto da Terra como nos últimos tempos. Parece até que a Terra acaba de ser descoberta. Os seres humanos fizeram um sem número de descobertas, de povos indígenas embrenhados nas florestas remotas, de seres novos da natureza, de terras distantes e de continentes inteiros. Mas a Terra nunca foi objeto de descoberta. Foi preciso que saíssemos dela e a víssemos a partir de fora, para então descobri-la como Terra e Casa Comum.

Isso ocorreu a partir dos anos 60 com as viagens espaciais. Os astronautas nos revelaram imagens nunca dantes vistas. Usaram expressões patéticas, como "a Terra parece uma árvore de Natal, dependurada no fundo escuro do universo", "ela é belíssima, resplandecente, azul-branca", " ela cabe na palma de minha mão e pode ser encoberta com meu polegar". Outros tiveram sentimentos de veneração e de gratidão e rezaram. Todos voltaram com renovado amor pela boa e velha Terra, nossa Mãe.

Esta imagem do globo terrestre visto do espaço exterior, divulgado diariamente pelas televisões do mundo inteiro, suscita em nós sentimento de sacralidade e está criando novo estado de consciência. Na perspectiva dos astronautas, a partir do cosmos, Terra e Humanidade formam uma única entidade. Nós não vivemos apenas sobre a Terra. Somos a própria Terra que sente, pensa, ama, sonha, venera e cuida.

Mas nos últimos tempos se anunciaram graves ameaças que pesam sobre a totalidade de nossa Terra. Os dados publicados a partir de 2 de fevereiro de 2007 culminando em 17 de novembro pelo organismo da ONU Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas, com os impasses recentes em Bali nos dão conta de que já entramos na fase do aquecimento global com mudanças abruptas e irreversíveis. Ele pode variar de 1,4 até 6 graus Celsius, dependendo das regiões terrestres. As mudanças climáticas possuem origem andrópica, quer dizer, tem no ser humano que inaugurou o processo industrialista selvagem, seu principal causador.

Se nada for feito, iremos ao encontro do pior e milhões de seres humanos poderão deixar de viver sobre o planeta.

Como destruimos irresponsavelmente, devemos agora regenerar urgentemente. A salvação da Terra não cái do céu. Será fruto da nova corresponsabilidade e do renovado cuidado de toda a família humana.

Dada esta situação nova, a Terra se tornou, de fato, o obscuro e grande objeto do cuidado e do amor humano. Ela não é o centro físico do universo como pensavam os antigos, mas ela se tornou, nos últimos tempos, o centro afetivo da humanidade. Só temos este planeta para nós. É daqui que contemplamos o inteiro universo. É aqui que trabalhamos, amamos, choramos, esperamos, sonhamos e veneramos. É a partir da Terra que fazemos a grande travessia rumo ao além.

Lentamente estamos descobrindo que o valor supremo é assegurar a persistência do planeta Terra e garantir as condições ecológicas e espirituais para que a espécie humana se realize e toda a comunidade de vida se perpetue.

Em razão desta nova consciência. falamos do princípio Terra. Ele funda uma nova radicalidade. Cada saber, cada instituição, cada religião e cada pessoa deve colocar-se esta pergunta: que faço eu para preservar a mátria comum e garantir que tenha futuro, já que ela há 4,3 bilhões de anos está sendo construida e merece continuar a exitir? Porque somos Terra não haverá para nós céu sem Terra.

janeiro 16, 2008

Treinamento para quem quer cuidar de filhos ou criancinhas...impagavel

O treinamento é gratis e DEVE ser feito por aqueles que pretendem ter filhos!!!!!!!!!!

Exercícios práticos para treinamento de futuros papais e mamães:
(O grau de dificuldade de cada exercício e equivalente a tratar de uma criança com um ano de idade):

Vestindo a roupinha:
Compre um polvo vivo de bom tamanho e vá colocando, sem machucar a criatura, nesta ordem: fraldas, macaquinho, blusinha, calça, sapatinhos, casaquinho e touquinha.
Não é permitido amarrar nenhum dos membros. Tempo de execução da tarefa: uma manha inteira.

Comendo sopinha:
Faça um buraquinho num melão, pendure o melão no teto com um barbante comprido e balance-o vigorosamente. Agora tente enfiar a
colherinha com a sopa no buraquinho. Continue ate ter enfiado pelo menos metade da sopa pelo buraquinho. Despeje a outra metade no seu colo. Não é permitido gritar.

Limpe o melão, limpe o chão, limpe as paredes, limpe o teto, limpe os móveis à volta. Vá tomar um banho. Tempo para execução da
tarefa: uma tarde inteira.

Passeando com a criança:
Vá para a pracinha mais próxima. Agache-se e pegue uma bituca de cigarro.
Atire fora a bituca, dizendo com firmeza: Não!
Agache-se e pegue um palito de picolé sujo. Atire fora o palito, dizendo com firmeza: Não!
Agache-se e pegue um papel de bala. Atire fora o papel de bala, dizendo com firmeza: Não! Agache-se e pegue uma barata morta. Atire fora a barata morta, dizendo com firmeza: Não! Faça isso com todas as porcarias que encontrar no chão da pracinha.

Tempo para execução: o dia inteiro.

Passando a noite com o bebê:
Pegue um saco grande de arroz e passeie pela casa com ele no colo das 20 às 21 horas. Deite o saco de arroz. Às 22:00 pegue novamente o saco e passeie com ele ate as 23:00. Deite o saco e vá se deitar.

Levante as 1:30 e passeie com o saco ate 2:00. Deite o saco e voce. Levante as 2:15 e vá ver a Sessão Corujão porque não consegue mais pegar no sono. Deite às 3:00.
Levante as 3:30, pegue o saco de arroz e passeie com ele até às 4:15.
Deitem-se os dois (cuidado para nao usar o saco de travesseiro).
Levante as 6:00 e pratique o exercício de alimentar o melão. Não é permitido chorar.

Repita tudo o que disser, pelo menos cinco vezes. Repita a palavra Não a cada 10 minutos, fazendo o gesto com o dedinho. Gaste uma pequena parcela do seu orçamento (90%) com leite em pó, fraldas, brinquedos, roupinhas.
Passe semanas a fio sem ir ao cinema, sem sair com amigos, e etc..etc..et..

Não é permitido enlouquecer!

A PORTA DO LADO

Dráuzio Varella

Sabe quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping). Em vez de simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia.

Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de outras, pior.

Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes.

Será que nada dá errado pra eles? Dá aos montes.

Só que, para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença.

O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote.

Que "audácia" contrariá-los!

São aqueles que nunca ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato.

Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente. O mundo versus eles.

Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também.

É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel.

E como esse, a maioria dos nossos problemões podem ser resolvidos assim, rapidinho. Basta um telefonema, um e-mail, um pedido de desculpas, um deixar barato. Eu ando deixando de graça...

Pra ser sincero, vinte e quatro horas têm sido pouco para tudo o que eu tenho que fazer, então não vou perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.

Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e gente idem; pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia.

Então eu uso a "porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato.

Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros dá errado. "

Quando os desacertos da vida ameaçarem o seu bom humor, não estrague o seu dia...

Use a porta do lado e mantenha a sua harmonia.

Lembre-se, o humor é contagiante - para o bem e para o mal - portanto, sorria, e contagie todos ao seu redor com a sua alegria.

A "Porta do lado" pode ser uma boa entrada ou uma boa saída...

Experimente!!!

'Cuide bem do seu amor, seja ele quem for'

"CIRURGIA DE LIPOASPIRAÇÃO?" Herbert Vianna (Cantor e Compositor)

Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?

Uma coisa é saúde outra é obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu.

Hoje, Deus é a auto imagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual é malhação.

Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.

Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer, não.

Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação.

Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.

A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?

A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.

Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa.

Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.

Não importa o outro, o coletivo. Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política.

Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.

Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal mas...

Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser.

Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude.

Que eu me acalme. Que o amor sobreviva.

'Cuide bem do seu amor, seja ele quem for'
O homem e suas máquinas maravilhosas!!!


São Paulo, domingo, 06 de janeiro de 2008

Europa inaugura a maior máquina da Terra em maio.
Experimento em túnel de 27 km investigará alguns dos maiores mistérios da natureza.
Empreitada da ordem de US$ 5 bilhões reúne mais de 8.000 físicos e engenheiros em laboratório de física nuclear perto de Genebra.
Por Rafael Garcia

O experimento aguardado com mais ansiedade pelos físicos desde a virada do milênio deve finalmente começar em 2008, após três anos de atraso em relação à previsão inicial. A maior máquina já produzida pelo homem, -o LHC, um acelerador de partículas gigante- começa a operar em maio, segundo anuncia agora o Cern (Organização Européia de Pesquisa Nuclear), o laboratório que lidera o projeto, na Suíça.

Experimento testa teoria que explica a origem da massa. Partícula prevista por físico em 1964 tem de aparecer para sustentar paradigma que esclarece composição da matéria.

Cientistas também usarão máquina para investigar a antimatéria, tentar produzir buracos negros e simular os instantes após o Big Bang.

A maior parte dos cientistas trabalhando no acelerador de partículas LHC acredita que o experimento vai cumprir seu objetivo primário: reafirmar o Modelo Padrão, teoria que evoca partículas e forças para explicar o mundo microscópico. A principal previsão ainda não testada da teoria é o porquê de a matéria possuir massa. Uma resposta final deve surgir nos dois primeiros anos de funcionamento do acelerador. Para o bem ou para o mal.

Para fazer o teste, físicos tiveram de esperar 40 anos até que surgisse uma tecnologia para criar colisões violentas o suficiente para os experimentos. O LHC -sigla em inglês de Grande Colisor de Hádrons-, finalmente, tem a força necessária. Dentro dela ocorrerão choques de prótons (partículas da classe dos hádrons, encontradas no núcleo de átomos) beirando a velocidade da luz.

Essas violentas colisões são capazes de "quebrar" os prótons, liberando uma quantidade colossal de energia, que se transforma então em novas partículas -algumas delas capazes de escapar com tanta facilidade que é preciso construir detectores monumentais para encontrá-las.

Massa coerente

O Modelo Padrão mostra que as partículas fundamentais são menos de duas dezenas e se dividem em dois tipos: férmions e bósons. Férmions são partículas que constituem a matéria -como os quarks (que formam os prótons) e os elétrons. Bósons são partículas que carregam forças -como o fóton, a partícula da luz, responsável pela força eletromagnética.

A omissão da física com a questão da massa, porém, ainda persiste. Ninguém mostra por que um próton tem 1.800 vezes o peso de um elétron e o fóton tem massa zero. A teoria a ser testada agora LHC, porém, pode ser a resposta.

Elaborada pelo físico inglês Peter Higgs, 78, em 1964, uma derivação do Modelo Padrão indica que o espaço deve permeado por um "campo" que pode influenciar as partículas existentes nele. As partículas mais influenciadas são as mais maciças, e aquelas que não interagem com o campo de Higgs não possuem massa.

Esse campo, previu Higgs deve ser mediado por uma partícula -um bóson, mais precisamente- não previsto nas versões iniciais do Modelo Padrão.

O bóson de Higgs, pois, é justamente o que os físicos mais esperam encontrar nos experimentos do LHC, mas sua existência ainda não pode ser tomada como uma certeza.

"Se não o encontrarem, existem outros mecanismos que não têm a mesma popularidade que o mecanismo de Higgs para fazer a unificação das interações [das partículas com massa], mas que podem vir a ter uma importância maior", disse à Folha, Alberto Santoro, físico da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) que comanda um grupo de brasileiros no CMS, um dos detectores do LHC. "Vamos passar por uma fase mais excitante, do ponto de vista científico, se o bóson de Higgs não for descoberto."

O sumiço da antimatéria

Um problema a ser analisado em um outro detector, o LHCb, diz respeito à natureza da matéria e da antimatéria. Uma é praticamente a mesma coisa que a outra, mas com carga elétrica invertida (prótons negativos, elétrons positivos etc.). Por alguma razão, porém, a matéria sobrepujou a antimatéria na evolução do Universo, e os cientistas querem entender por quê. Para isso, será analisada a assimetria no surgimento de matéria e antimatéria após à colisão de prótons no LHC.

"A assimetria nós já sabemos que existe; o importante agora é dar números a ela e torná-la uma medida precisa", explica Arthur Maciel, do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), que trabalha no LHCb. "É possível estudar o infinitamente pequeno, as menores porções de matéria -é o que se faz num acelerador de partículas-, para resolver problemas da estrutura e da evolução temporal do Universo."

Acelera Brasil

Há brasileiros em todos os grandes experimentos do LHC. Uma equipe da USP e da Unicamp participa do Alice, detector que vai simular o estado da matéria nos primeiros instantes após o Big Bang, a explosão que gerou o Universo.

O Atlas, o maior detector detector do LHC -que será um experimento de propósito geral-, também terá participação do Brasil, representado por físicos da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Tanto no Atlas quanto no CMS será possível investigar questões que não estão diretamente relacionadas ao Modelo Padrão. Há alguma expectativa, por exemplo, de que o LHC possa dar alguma pista sobre a natureza da chamada matéria escura, que compõe 80% da massa do Universo mas que não emite luz nem nenhum tipo de radiação, por isso é invisível.

janeiro 15, 2008

Senhor, tende piedade de nós!
(autoria desconhecida)

Pelo projeto político do deputado Clodovil
Pelo "espetáculo do crescimento" que até hoje ninguém viu
Pelas explicações sucintas do ministro Gilberto Gil
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo jeitinho brejeiro DA nossa juíza
Pelo perigo constante quando Lula improvisa
Pelas toneladas de botox DA Dona Marisa
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo Marcos Valério e o Banco Rural
Pela Casa de Praia do Sérgio Cabral
Pelo dia em que Lula usará o plural
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo nosso Delúbio e Valdomiro Diniz
Pelo "nunca antes nesse país"
Pelo povo brasileiro que acabou pedindo bis
Senhor, tende piedade de nós!

Pela Cicarelli na Praia namorando sem vergonha
Pela Dilma Rousseff sempre tão risonha
Pelo Gabeira que jurou que não fuma mais maconha
Senhor, tende piedade de nós!

Pela importante missão do astronauta brasileiro
Pelos tempos que Lorenzetti era só marca de chuveiro
Pelo Freud que "não explica" a origem do dinheiro
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo casal Garotinho e sua cria
Pelos pijamas de seda do "nosso guia"
Pela desculpa de que "o presidente não sabia"
Senhor, tende piedade de nós!

Pela jogada milionária do Lulinha com a Telemar
Pelo espírito pacato e conciliador do Itamar
Pelo dia em que finalmente Dona Marisa vai falar
Senhor, tende piedade de nós!

Pela "queima do arquivo" Celso Daniel
Pela compra do dossiê no quarto de hotel
Pelos "hermanos compañeros" Evo, Chaves e Fidel
Senhor, tende piedade de nós!

Pelas opiniões do prefeito César Maia
Pela turma de Ribeirão que caía na gandaia
Pela primeira dama catando conchinha na Praia
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo escândalo na compra de ambulâncias DA Planam
Pelos aplausos "roubados" do Kofi Annan
Pelo lindo amor do "sapo barbudo" por sua "rã"
Senhor, tende piedade de nós!

Pela Heloisa Helena nua em pêlo
Pela Jandira Feghali e seu cabelo
Pelo charme irresistível do Aldo Rebelo
Senhor, tende piedade de nós!

Pela greve de fome que engordou o Garotinho
Pela Denise Frossard de colar e terninho
Pelas aulas de subtração do professor Luizinho
Senhor, tende piedade de nós!

Pela Volta triunfal do "caçador de marajás"
Pelo Duda Mendonça e OS paraísos fiscais
Pelo Galvão Bueno que ninguém agüenta mais
Senhor, tende piedade de nós!

Pela eterna farra dos nossos banqueiros
Pela quebra do sigilo do pobre caseiro
Pelo Jader Barbalho que virou "conselheiro"
Senhor, tende piedade de nós!

Pela máfia dos "vampiros" e "sanguessugas"
Pelas malas de dinheiro do Suassuna
Pelo Lula na Praia com sua sunga
Senhor, tende piedade de nós!

Pelos "meninos aloprados" envolvidos na lambança
Pelo plenário do Congresso que virou pista de dança
Pelo compadre Okamotto que empresta sem cobrança
Senhor, tende piedade de nós!

Pela família Maluf e suas contas secretas
Pelo dólar na cueca e pela máfia DA Loteca
Pela mãe do presidente que nasceu analfabeta
Senhor, tende piedade de nós!

Pela invejável "cultura" DA Adriana Galisteu
Pelo "picolé de xuxu" que esquentou e derreteu
Pela infinita bondade do comandante Zé Dirceu
Senhor, tende piedade de nós!

Pela eterna desculpa DA "herança maldita"
Pelo "chefe" abusar DA birita
Pelo novo penteado DA companheira Benedita
Senhor, tende piedade de nós!

Pela refinaria brasileira que hoje é boliviana
Pelo "compañero" Evo Morales que nos deu uma banana
Pela mulher do presidente que virou italiana
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo MST e pela Volta DA Sudene
Pelo filho do prefeito e pelo neto do ACM
Pelo político brasileiro que coloca a mão na "m"
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo Ali Babá e sua quadrilha
Pelo Gushiken e sua cartilha
Pelo Zé Sarney e sua filha
Senhor, tende piedade de nós!

Pelas balas perdidas na Linha Amarela
Pela conta bancária do bispo Crivella
Pela cafetina de Brasília e sua clientela
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo crescimento do PIB igual do Haití
Pelo Doutor Enéas e pela senhorita Suely
Pela décima plástica DA Marta Suplicy
Senhor, tende piedade de nós!

Para que possamos ter muita paciência
Para que o povo perca a inocência
E proteste contra essa indecência
Senhor, dai-nos a Paz!

NORMOSE ( a doença em ser "normal")

Este texto me lembrou da música do Raul Seixas..."Enquanto você se esforça pra ser
um sujeito normal...e fazer tudo igual" (Maluco Beleza)



NORMOSE

Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me
pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão.

Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito 'normal' é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Quem não se 'normaliza' acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?

Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha 'presença' através de modelos de comportamento amplamente
divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.

A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o
verão chegar?

Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente,
e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu 'normal' e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada
um tem que ser original.

Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros.
É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover
obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera.
Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.

Martha Medeiros ( 05.08.07-Jornal Zero Hora-P.Alegre-RS)

janeiro 06, 2008

somos consumidores ou somos consumidos?????????



Pesticidas nos Alimentos

Dr. Imar Crisógno Fernandes, médico naturalista

Nos últimos anos, deparamo-nos com um vertiginoso crescimento do volume de agrotóxico comercializado no Brasil, tornando-nos um dos maiores consumidores de agrotóxicos em todo o mundo, correspondendo a um faturamento anual na casa de bilhões de reais. A continuar assim, teremos, em breve, condições de liderar esse fabuloso mercado. Tal situação traz como conseqüência, óbvia e direta, o aumento, inaceitável, dos riscos de contaminação de produtos da agropecuária com resíduos químicos prejudiciais à saúde.

O crescente emprego de agrotóxicos no Brasil, em moldes irracionais e completamente fora de controle, prende-se a diversos fatores, de complexa natureza. Passa pela expansão da fronteira agrícola e pela intensificação, via manejo, do desequilíbrio biológico do agroecossistema, até fenômenos de ordem sócio-econômica ligados ao êxodo rural e ao resultante incremento do cultivo químico com herbicidas.

À contínua diversificação dos fitoparasitas, soma-se a ocorrência, cada vez maior, de “picos” populacionais extremamente elevados e a generalizada detecção de resistência genética a agroquímicos, no que também se incluem as chamadas ervas invasoras. Nesse contexto, surgem a todo momento, recomendações de doses mais altas, de redução do período de tempo entre aplicações consecutivas e, mais importante talvez, de emprego simultâneo de diferentes agrotóxicos, objetivando complementar ações específicas ou alcançar efeitos sinérgicos (as já famosas "misturas de tanque").

Por outro lado, a incessante procura pela máxima produtividade, seja através do melhoramento genético, seja pelo próprio manejo das culturas, influencia, em muitas instâncias, a suscetibilidade das plantas cultivadas, relativamente ao ataque de pragas e agentes de doenças infecciosas. É hoje amplamente aceita a teoria de que o desequilíbrio nutricional, pelo uso massivo de adubos minerais de alta solubilidade, e a própria ação dos agrotóxicos aplicados à lavoura, provocam distúrbios fisiológicos capazes de alterar a composição dos tecidos vegetais, tornando-os mais facilmente colonizáveis por uma gama de fitoparasitas. Estabelece-se aí, também para o reino vegetal, o conceito de doenças iatrogênicas, ditadas pelos maléficos efeitos colaterais dos agroquímicos. Ainda o melhoramento vegetal, não obstante haver contribuído marcantemente para incrementar o potencial produtivo da maioria das espécies cultivadas, intensificou, sobremaneira, o grau de vulnerabilidade, na medida em que induziu ao estreitamento da base genética em monocultivos, que chegam, não poucas vezes, ao nível da exclusividade varietal.

Além de difícil de compreender, é decepcionante constatar-se a escassez de dados epidemiológicos na literatura nacional, capazes de orientar o controle químico aos fitoparasitas, a ponto de torná-lo, pelo menos, tecnicamente aceitável. Em número assaz insuficiente, são os trabalhos até agora divulgados no Brasil a respeito de aspectos básicos da fitossanidade, envolvendo sazonalidade e fluxos populacionais, sobrevivência e disseminação, monitoramento e limiar de danos, condições meteorológicas predisponentes, previsões e “estações de aviso”.

Em contrapartida, modelos epidemiológicos têm sido tentativamente elaborados através de simulações (“epidemiologia virtual”), sem que, muitas das vezes, os resultados sejam adequadamente comprovados no campo, de modo a constituir bases mais seguras para a racionalização do controle químico.

Em adendo, evidencia-se o expressivo respaldo oferecido por determinadas instituições da rede pública de ensino e pesquisa na agropecuária, por meio da constante publicação de dados experimentais sobre a eficácia de pesticidas, sem a mínima preocupação de correlacioná-la com possíveis riscos de contaminação de alimentos e/ou de poluição ambiental. Os fabricantes e distribuidores de agrotóxicos, mais que depressa, se apropriam desses dados, que passam a ser referenciados em sua agressiva e eficiente promoção.

Não podemos deixar de incluir, como parte desse respaldo à indústria, a despreocupação característica de certas sociedades científicas, ligadas às ciências agrárias, que reúnem a elite dos doutores especialistas, mas que sequer se pronunciam acerca dos seríssimos problemas gerados pela indiscriminada e abusiva utilização de agrotóxicos no país, além de sistematicamente recorrerem a multinacionais da química fina para o patrocínio de congressos e publicações, chegando ao extremo de veicular propaganda de venenos em anais e periódicos oficiais (Ribeiro, 2001).

Por fim, de não menos relevância nessa problemática, a quase absoluta omissão do poder constituído (Federal e Estadual) no que concerne à aplicação e ao cumprimento da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 (Lei dos Agrotóxicos, promulgada em 1990) e do próprio Receituário Agronômico, oficialmente instituído desde 1981. Tais instrumentos, se viabilizados, teriam certamente um importantíssimo papel na contenção dos descalabros ora verificados.

Responsabilize-se ainda os governos eleitos pelo descaso no que tange à implantação e desenvolvimento de laboratórios de referência, assim como à capacitação de pessoal técnico, imprescindíveis para atender a atual demanda quanto ao fornecimento de laudos sobre análises de resíduos tóxicos em amostras de produtos da agricultura. Leve-se em conta, a esse respeito, a necessidade de um contingente de especialistas, trabalhando com modernos equipamentos de precisão, em número suficiente para lidar com os cerca de 500 distintos princípios ativos, aplicados em escala na agricultura nacional e potenciais contaminantes dentre mais de 10.000 itens alimentares comumente requisitados pela população.

Estudos desenvolvidos por cientistas do sul do país levantam a suspeita do uso dos organofosforados, comprovadamente capazes de provocar alterações no sistema nervoso central, irritabilidade e depressão, estarem associados ao elevado índice de suicídios na região fumageira do Rio Grande do Sul (Falk et coll, 1996). Este mesmo produto está sendo usado em larga escala em lavouras de hortaliças de todo país, o que é proibido, conforme portaria do Ministério da Agricultura. Igualmente registramos que um outro agrotóxico, o gramoxone, ou paraquat, que por lei é liberado apenas para “uso aplicado”, isto é, pela empresa fabricante, é livremente adquirido nas revendas agropecuárias e utilizado pelo agricultor.

O uso de agrotóxicos na lavoura é feito pelo agricultor que, per si, desconhece o nível de veneno com que está lidando. Aplica-o sem proteção, uma vez que as vestimentas projetadas são (e serão) sempre inadequadas; não obedece a prazos de carência; foi estimulado pela extensão rural e fabricantes a tratar os venenos por “remédios” ou “defensivos agrícolas”. Costumeiramente os aplicadores de agrotóxicos recebem na pele o veneno responsável por uma série de males que se manifestam geralmente de forma lenta e gradual, não permitindo na maioria das vezes a associação do mal à absorção do agrotóxico.

Homens, mulheres e crianças estão sujeitas à exposição de agrotóxicos. As mulheres, devido ao efeito teratogênico (má formação genética) de alguns dos produtos liberados (como o caso dos organofosforados), estão tendo abortos ou gerando filhos defeituosos. As crianças, que tradicionalmente fazem parte da força de trabalho familiar rural, estão sujeitas a danos irreversíveis em sua formação física e mental.

Preocupa-nos sobremodo as chamadas Resoluções do Mercosul pelas quais o governo brasileiro aceitou a ampliação dos limites mínimos de resíduos tóxicos (LMRs) nos alimentos in natura importados dos países membros do Mercosul. Muito mais grave é que estes novos limites passam a ser tolerados pelo Brasil, ao arrepio da Lei e da saúde dos consumidores. Ainda recentemente o Governo, através do Ministério da Agricultura, voltou atrás em sua decisão de impedir a entrada no Brasil de batatas argentinas contaminadas por um anti-brotante de uso proibido, o IPC; devido a pressões do país vizinho, o Maara editou portaria que anula a anterior, liberando a entrada do produto.

A legislação que trata do assunto, a Lei 7.802/89 e o Decreto 98.816/90 que a regulamenta, tem sido inócua. O Estado não tem demonstrado forças para fazer cumprir a lei, deixando o consumidor, o trabalhador e a sociedade de um modo geral, à mercê de abusos de todo gênero. Estes fatos demonstram, de per si, que o uso de produtos agrotóxicos na agricultura brasileira se dá praticamente sem controle algum e sem políticas bem definidas.

Os riscos da presença de resíduos tóxicos em níveis não toleráveis são hoje incontestáveis. Nos EUA, a Agência de Proteção Ambiental (EPA), junto com o Departamento de Agricultura (USDA) e com a Administração de Alimentos e Drogas (FDA), publica e distribui gratuitamente à população, em todos os supermercados, um folheto anualmente revisado e intitulado Pesticidas nos Alimentos, instruindo e esclarecendo os consumidores sobre esses riscos. A situação dos agrotóxicos no meio rural brasileiro, é alarmante e se encontra inteiramente à deriva. Dosagens, prazos de carência e registros não são, regra geral, respeitados. Quando se pesquisam resíduos em produtos colhidos, verifica-se uma alta freqüência de casos positivos, ultrapassando os limites pré-estabelecidos.

Algumas questões pertinentes, a nosso juízo, deveriam ser priorizadas. Por exemplo: sobre a propalada “dose diária aceitável”. Tendo em vista o uso corriqueiro das “misturas de tanque” e sua crescente adoção para “resolver” problemas culturais, como estabelecer essa tal DDA? Deve a mesma ser estipulada por componente (p.a.) ou deve considerar o somatório deles e possíveis combinações e sinergismos? Note-se que as “misturas de tanque”, por iniciativa do IBAMA, sofreram recentemente embargos e restrições mediante legislação emanada do Ministério da Saúde. E quanto a substâncias com potencial cancerígeno já assinalado? Qual a unidade de referência: ppm, ppb, ou molécula? Qual o nível de tolerância nesses casos; diferente de zero???

Com referência aos registros de agrotóxicos para as inúmeras culturas, que critérios são realmente adotados e obedecidos no Brasil? Há necessidade de experimentação regional, incluindo análises de resíduos em produtos tratados e no meio ambiente? Ou parâmetros do estrangeiro podem ser extrapolados sem maiores exigências? Quem se responsabiliza e fornece os dados experimentais e onde são divulgados os resultados das pesquisas, com os respectivos laudos laboratoriais? Quem confere a metodologia selecionada para esses testes?.....É tudo sigiloso?

Questões cruciais como essas deveriam ser debatidas assídua e abertamente, com total transparência e máxima representatividade. Isto nos remete ao seguinte: qual a estratégia para o “desmonte” do gigantesco império dos agrotóxicos em nosso país? Como minimizar o problema, em tempo hábil? Esperar, bem-comportada e pacientemente, que a agricultura orgânica se eleve à condição de um grande e pujante agronegócio, substituindo de forma integral ou, pelo menos, significativa o modelo agroquímico convencional? Quantas décadas? Quantos males até lá? Iniciar, o quanto antes, um movimento organizado em nível nacional, com força, prestígio e credibilidade para desvendar, dentre outros, esses “mistérios” apontados e cobrar políticas públicas? Por exemplo: ressuscitar e pôr em prática a Lei dos Agrotóxicos (uma das mais avançadas do planeta) e o Receituário Agronômico? Será este um sonho irrealizável?

Comida e veneno são incompatíveis! Os agrotóxicos terão que ser, cedo ou tarde, banidos e retirados do comércio. No entanto, o sucesso de um programa de transição ou conversão, até que essa meta final seja esperançosamente alcançada, dependerá da união de esforços e, sobretudo, da capacidade de organizar e conduzir o movimento. As atividades e ações no país estão pulverizadas. É humanamente impossível acompanhá-las. O intercâmbio é inexpressivo, mas o número de adesões é grande e muito estimulante. A nosso ver, o momento é oportuno para a criação de uma Sociedade Brasileira de Agroecologia. Uma proposta democrática, reunindo os vários segmentos interessados da sociedade civil e com o compromisso de um abrangente campo de atuação. Organizar congressos pelo Brasil afora? Sim. Publicar uma revista técnico-científica indexada? Também sim; mas não somente.

Instituir, por exemplo, comitês de composição paritária, encarregados de estudar, investigar e propor medidas tecnicamente abalizadas, capazes de provocar transformações e impactos, mobilizar a opinião pública e, dessa maneira, concretamente defender trabalhadores rurais, agricultores familiares, consumidores e a própria qualidade de vida na roça e nas cidades.

Em alguns pontos do Brasil o governo local começa finalmente a preocupar cada vez mais intensamente com a questão dos orgânicos. É o caso do Paraná. O governo do Paraná aguarda o aval do governo federal para implantar em 2005 o projeto Orgânicos do Paraná, um programa já apresentado à Agência de Promoção das Exportações do Brasil (Apex) e que vai ampliar a produção de alimentos livres de agrotóxicos no Estado. De acordo com o governador Roberto Requião, o Paraná é um dos Estados com maior potencial para a produção e exportação de alimentos orgânicos. O programa prevê, entre outras ações, a realização de seminários e workshops voltados à melhoria e ao desenvolvimento de novos produtos e tecnologia especial para a produção orgânica (GloboRural, 2004). Por que isto não ocorre em nível nacional?!
..................................................................................................................
Atenção: Saiba mais sobre o trabalho e atividades do Dr. Imar Crisógno em www.soybean.com.br